A Sae Towers chegou ao Brasil em 1951, já com a implantação de uma fábrica em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Desde então, passou por diferentes grupos e hoje integra o conglomerado indiano KEC International. Inicialmente voltada para a produção de torres e acessórios de transmissão energética, a partir de 2016 começou também a oferecer os serviços de engenharia, vendas e construção de linhas de transmissão e subestações. Hoje é o maior produtor de torres treliçadas das Américas.
Oferecendo soluções integradas em Sistemas de Transmissão de Energia e com produção e serviços voltados principalmente para o Brasil, a empresa tem planos audaciosos para a unidade mineira em vistas ao atendimento de toda a América Latina. Para isso, está investindo valores consideráveis no aumento da capacidade fabril, que hoje totaliza 72 mil toneladas de torres/ano e 55 mil toneladas de conjunto de acessórios/ano. Os valores, no entanto, não foram divulgados.
Segundo o diretor-presidente da Sae Towers Brasil, Rakesh Gaur, a empresa vê o Brasil como um país de grandes oportunidades, por isso a estratégia de ampliação da carteira de clientes com maior abrangência na América Latina. Hoje, de tudo o que é produzido em Minas, apenas 2% vão para o exterior, por enquanto para países de língua portuguesa, com especificações semelhantes, como alguns países da África.
“O que vemos para o futuro é que essa participação salte para algo entre 15% e 20%, com os itens destinados principalmente à América do Sul. Estamos realizando investimentos relevantes e gradativos em vistas de preparar as operações para essa demanda. Isso comprova o compromisso de longo prazo do Grupo KEC com o Brasil e Minas Gerais”, revela.
Para Gaur, o ambiente favorável de negócios, inclusive, pode fazer com que outras empresas do grupo venham a se instalar no Estado. A atuação do conglomerado é bastante diversificada, indo de mercado farmacêutico a data centers, passando por pneus, infraestrutura, agricultura e até hotelaria.
Em relação ao cenário econômico, o executivo diz que tanto a flutuação do câmbio quanto a variação das commodities estão diretamente relacionadas ao negócio e, portanto, preocupam a empresa. Internamente, apesar do momento também conturbado, com inflação e taxas de juros elevadas, prevalece a aposta na demanda e a mudança na matriz energética do País. Embora a burocracia seja mais um ponto de atenção.
“A mudança da matriz energética, com a transição dos combustíveis fósseis para os renováveis, nos ajuda pela necessidade de montar essas transmissões. Por outro lado, nossos prazos muitas vezes esbarram em barreiras burocráticas no que diz respeito às etapas de licenciamento, prejudicando contratos e gerando perdas para todas as empresas envolvidas”, explica.
Além disso, a posição de destaque de Minas Gerais na implantação de usinas de energia solar se apresenta como outra oportunidade para a empresa, que faz as conexões do sistema integrado. Neste ponto, Gaur ressaltou que o Estado tem trabalhado bem essa regulamentação, beneficiando todos os empreendedores mineiros.
Além da unidade mineira, a Sae Towers possui outra planta localizada em Monterrey (México), com capacidade de 30 mil toneladas de torres/ano. Juntas, as instalações têm capacidade instalada superior a 100 mil toneladas anuais. A empresa executa internamente todo o projeto de engenharia e detalhamento de torres treliçadas, postes de aço e fundações.
A fábrica mineira é parte da KEC International, com acesso a um volume adicional de 290 mil toneladas de capacidade instalada nas fábricas em Nagpur, Jabalpur e Jaipur, na Índia, e Emirados Árabes. Com mais de 390 mil toneladas de capacidade total de produção, é um dos maiores produtores mundiais de torres de transmissão de energia.
As empresas do grupo também produzem torres de transmissão, torres de telecomunicações e estruturas para subestações, certificadas para fornecimentos de qualidade mundial (ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001).
A unidade de Minas foi especialmente projetada para a produção de torres treliçadas, empregando um layout em formato de U no processo de produção, com a finalidade de maximizar sua eficiência e reduzir o ciclo total de produção. Utiliza máquinas CNC de processamento para cantoneiras, máquinas CNC e semiautomáticas para processamento de chapas, máquinas para usinagem, pré- formado, fundição de alumínio e sistema semiautomático de galvanização por imersão a quente.
A planta foi pioneira na aplicação deste processo único de galvanização, utilizando uma draga condutora das peças através da longa cuba horizontal. As ferragens para linha de transmissão são desenvolvidas e produzidas nas próprias instalações.
Nas proximidades existe ainda uma estação de testes em escala real, a maior das Américas. A capacidade de teste da Sae Towers foi desenvolvida em 1970. Desde então, 700 torres de mais de 100 empresas diferentes já foram testadas.
Na estação, são realizados testes em escala real em protótipos de grande variedade de estruturas, incluindo postes, torres estaiadas e autoportantes, com até 79 metros de altura, quando são simuladas as mais variadas condições de carregamento. Cargas transversais totais de até 280 toneladas e cargas longitudinais de até 220 toneladas podem ser aplicadas simultaneamente nos protótipos.
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