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2022-09-23 18:41:44 By : Ms. lydia Lydia

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Leandro Narloch é jornalista e autor do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, entre outros.

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Um dos mistérios que mais me intrigam no comportamento de ambientalistas é a obsessão de muitos deles com sacolas e canudos de papel.

Estudos e mais estudos mostram que o papel perde do plástico em quase todos os critérios ambientais —entre eles, as emissões de carbono. Mesmo assim o ambientalista típico considera um "avanço civilizatório", como dizia o prefeito Bruno Covas, trocar um pelo outro.

O plástico, como sabemos, causa um problema grave em lugares com má gestão pública do lixo. Mas uma boa análise de impacto ambiental precisa considerar não só o túmulo, e sim todas as fases da vida de um produto. Desde a produção da matéria-prima, as emissões envolvidas na fabricação e no transporte, até a utilização e o descarte.

Pelo menos seis vezes mais pesadas que sacolas de plástico e com maior volume, sacolas de papel exigem seis vezes mais caminhões (e combustível) para serem transportadas. A fabricação do papel ocupa um espaço que poderia ser destinado a florestas nativas ou à produção de comida, ao contrário do plástico, feito a partir de um subproduto do refino da gasolina.

Uma análise de ciclo de vida realizada no Reino Unido concluiu que uma sacola de papel gasta mais energia, quatro vezes mais água, causa 90% mais acidificação da atmosfera, 14 vezes mais eutrofização (o acúmulo de nitrogênio e fósforo na água) e quase quatro vezes mais emissões de gases do efeito estufa que a sacola de plástico.

Sim: em tempos de aquecimento global, tem ambientalista defendendo trocar sacolas de plástico por alternativas quatro vezes mais poluidoras.

Na semana passada, a McKinsey publicou mais um estudo sobre o impacto climático do plástico. Mediu as emissões "do berço ao túmulo" do plástico usado em encanamentos, na fabricação de carros, sacolas, camisetas e embalagens de ração animal, refrigerantes, leite e copos d’água. E comparou com as emissões de materiais alternativos —papel, aço, alumínio, madeira, algodão, lã, fibra de vidro, entre outros.

De 14 aplicações, o plástico se saiu melhor em 13. "A produção das sacolas de papel causa três vezes mais emissões que as de plástico devido ao maior uso de matéria-prima e emissões de transporte", diz o estudo.

"A diferença no impacto aumenta para cinco vezes quando se considera o descarte e o impacto no uso (como o ‘ensacamento duplo’)."

Esses dados valem para o Brasil? Provavelmente sim, mas não dá para ter certeza. Não há análises de ciclo de vida confiáveis por aqui. Em geral cada indústria —a de papel e a de plástico— puxa a sardinha para o seu lado, dando uma boa esticada nos números que as favorecem. ONGs patrocinadas por esses setores vão na mesma linha.

O Brasil tem uma indústria de papel moderna e preocupada com questões ambientais, mas é difícil acreditar que seja eficiente a ponto de compensar os menores impactos do plástico.

O fato é que deputados e vereadores de todo o país estão banindo sacolinhas baseados em evidências anedóticas de fotos de tartarugas de WhatsApp, sem procurar estudos sérios de impacto ambiental.

Seria o caso de trocar a sacola de plástico ou de papel pelas de algodão orgânico? Depende de quantas vezes você a utilizar.

Segundo o Our World in Data, a sacola de algodão orgânico que todo mundo acha ecológica só é mais sustentável que a de plástico se for reutilizada 2.375 vezes. A de algodão tradicional se sai um pouco melhor: precisa ser reutilizada "apenas" 840 vezes.

A sacolinha plástica é o mais próximo de um produto perfeito: é barata, leve, impermeável, durável e capaz de suportar milhares de vezes o seu próprio peso. Esse é justamente o problema. Tão boa e barata, a utilizamos demais —o Brasil consome mais de 13 bilhões de sacolinhas por ano. Milhões delas entopem bueiros ou acabam em florestas, rios e no mar.

A solução mais precisa aqui parece ser cobrar um preço mínimo. Em diversos países, a cobrança de um preço mínimo das sacolinhas de mercado reduziu sua utilização em 80%. Talvez não seja suficiente, mas é melhor que trocá-las por alternativas muito mais poluidoras.

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