Setor da construção civil oferece alternativas para enfrentar a alta de preços

2022-07-22 18:29:24 By : Mr. Raymond Lei

Ao mesmo tempo em que custos de construção não param de subir e há falta de profissionais no mercado, novas tecnologias surgem para garantir uma obra sustentável e mais econômica

Adriano Ferrari: processo construtivo mais barato no sistema turn key (Guilherme Baffi 1/7/2022)

Alterações nos preços de materiais de construção e de acabamentos, escassez e falta de mão de obra qualificada são alguns dos problemas atuais mais comuns enfrentados por quem está construindo um imóvel. Para driblar essas dificuldades surgem novos conceitos de engenharia e contratos, que aliam tecnologia e versatilidade na hora de construir.

São tendências que utilizam estruturas feitas em módulos e que utilizam aço galvanizado. Outra solução em alta é o conceito turn key, que engloba todo o processo de construção da obra e têm ganhado espaço em Rio Preto e região.

O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em maio fechou em R$ 1.601,76, passou em junho para R$ 1.628,25, sendo R$ 974,47 relativos aos materiais e R$ 653,78 à mão de obra. O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) foi de 1,65% em junho, caindo 0,52 ponto percentual em relação ao mês anterior (2,17%), e registrando a segunda maior taxa de 2022. O índice mostra que, apesar da retomada da construção civil, a inflação mantém o preço alto dos materiais e da mão de obra.

“Quem está construindo hoje busca economia, previsibilidade e sustentabilidade. Outro problema que enfrentamos hoje na construção civil é a falta de profissionais qualificados. Isso acaba elevando o custo da obra. Com novas tecnologias, como o steel frame, que são as estruturas em aço, estamos alcançando o nível de construção que os Estados Unidos atingiram há dez anos”, explica Eduardo Gorayeb, engenheiro civil, especialista em mercado imobiliário e presidente da Tego Frame, empresa de Rio Preto.

Com um sistema construtivo mais rápido e tecnológico, os imóveis de 90 metros quadrados, por exemplo, montados com os painéis de steel frame, uma tendência no segmento de construção, levam cerca de 45 dias para serem finalizados. Além da previsibilidade, a perda de materiais no processo é quase zero. As paredes contam com isolamento térmico e acústico, são feitas instalações elétricas e hidráulicas e a construção comporta a cobertura e acabamento escolhido pelo dono.

“A casa já acabada, com portas, pisos, janelas, cerâmicas e todo o revestimento custa em torno de R$ 3,5 mil, o metro quadrado. E o material, que é certificado, tem durabilidade de 500 anos”, afirma Gorayeb. A empresa tem modelos de plantas de 50 a 230 metros quadrados. Outra possibilidade é usar as placas de aço para ampliação de imóveis, pois é uma estrutura compatível com alvenaria e concreto. Pode ser utilizado na construção de casas, imóveis comerciais e hotéis.

Outra opção para quem busca diminuir os custos hora de construir é o conceito turn key. Nesse processo, o construtor responsável, engenheiro ou arquiteto, levanta as necessidades e desejos do cliente, faz a elaboração do orçamento, a seleção de acabamentos e já apresenta o resultado final, para que ele aprove, ou não, o início das obras.

"O conceito de turn key trata de um acordo contratual no qual apenas um fornecedor é responsável pela obra do início ao fim. É literalmente uma virada de chave em que o proprietário da construção, seja ela uma casa ou imóvel comercial, paga ao construtor para que ele se responsabilize por todas as etapas da obra, de acordo com todos os itens anteriormente acordados”, explica Adriano Ferrari, Ceo da Ferrari Costa Engenharia e Negócios.

De acordo com Ferrari, esse tipo de processo construtivo torna-se mais barato para quem constrói pelo poder de compra e negociação do construtor responsável. “Com a centralização dos processos na mão deste profissional, a celeridade, até mesmo na solução de possíveis problemas que surjam, se torna mais segura e não se transforma em um problema para o proprietário", diz Adriano Ferrari.

Alan Santos Silva, Ceo da Engeoesp Engenharia, reforça que no turn key a compra em grandes volumes possibilita acordo e redução de custos na hora de construir. “Além de poder ser feita em qualquer tipo de construção, esse processo garante ao cliente final segurança em prazos, qualidade da construção e economia", afirma o engenheiro. (MMM)

Outra tendência são os módulos habitacionais. A empresa CMC Modular, de Mirassol, atua no segmento de soluções construtivas industrializadas com módulos. Com montagem rápida, os módulos habitacionais são uma evolução do contêiner. Termoacústicas, as estruturas são fabricadas a partir de perfis ou chapas de aço com dobras.

Os fechamentos podem ser executados em painéis térmicos (sandwich panel), painéis que levam em sua composição placa cimentícia ou até fechamentos no conceito Steel Frame, fazendo com que a obra seja mais limpa, com menor geração de resíduos. 

Segundo o site do Modular Building Institute (MBI), a entrega de uma edificação modular costuma ser de 30% a 50% mais rápida em comparação aos métodos convencionais. Em relação à redução de custos, eles podem chegar a 20% no ambiente e nas condições certas, segundo pesquisa da McKinsey & Company.

“Quando temos uma construção mais refinada, o custo da construção modular fica bem próximo da construção convencional, cerca de 5%. A ideia é trazer o módulo pronto para reduzir a mão de obra, por isso é fundamental o planejamento para conseguir reduzir o tempo de produção. Nós planejamos em três meses e construímos em dois”, explica Hugo Machado, superintendente de engenharia da CMC. (MMM)

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